DÓLAR SUSTENTA COTAÇÕES NO FÍSICO, MAS COMERCIALIZAÇÃO PERMANECE LENTA
Na terça-feira, o mercado interno de soja permaneceu lento nas principais praças de negociação do país. Em dia de queda acentuada em Chicago, que registrou perdas acima dos 36 pontos nos principais vencimentos ao longo da sessão, a commodity teve mais um dia de pouca movimentação e preços apenas nominais no físico. A moeda norte-americana avançou firmemente frente ao real, dando sustentação aos preços, porém o mercado permaneceu vazio de ofertas.
RS: mercado calmo e cotações firmes no estado. Na região portuária do estado, para embarque e pagamento em meados de setembro/21, indicações de compra entre R$ 169 e R$ 169,50 por saca CIF, enquanto no spot a indicação fica em R$ 168,50. No interior do estado, indicações até R$ 164,50 por saca FOB para embarque e pagamento em meados de setembro.
PR: preços inalterados no estado em um mercado pouco ofertado. Para embarque imediato e pagamento em meados de setembro deste ano, indicações de compra entre R$ 170 e R$ 170,50 por saca CIF na região portuária. Na região oeste, indicações de compra na faixa de R$ 163 por saca para embarque imediato e pagamento em meados de agosto deste ano, porém sem contrapartida de venda.
CHICAGO(CME/CBOT) Na Chicago Board of Trade (CME/CBOT), os contratos futuros do complexo soja fecharam em queda no grão, no farelo e no óleo na terça-feira. Nas posições spot, perdas de 1,86% no grão, de 2,63% no farelo e de 2,08% no óleo. No melhor momento do dia, o contrato agosto/21 do grão atingiu a máxima de US$ 14,12 por bushel. Ao final da sessão, trocou de mãos a US$ 13,9225 por bushel. Por volta das 13h (Brasília), a soja operava com perdas de até 36,75 pontos nos principais vencimentos. O vencimento novembro/21 operava com perdas de 35,50 pontos, com negócios a US$ 13,2075 por bushel.
• A melhora nas lavouras americanas, a previsão de clima favorável no Meio Oeste, a queda do petróleo e a fraca demanda pela oleaginosa dos Estados Unidos determinaram a forte queda.
• No final da tarde de ontem, surpreendendo o mercado, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou aumento no índica de lavouras entre boas e excelentes condições. Segundo o USDA, até 1o de agosto, 60% estavam entre boas e excelentes condições - o mercado esperava 57% -, 28% em situação regular e 12% em condições entre ruins e muito ruins. Na semana anterior, os índices eram de 58%, 30% e 12%, respectivamente.
• Hoje, os mapas meteorológicos indicam temperaturas adequadas e chuvas para o Meio Oeste americano nos próximos dias, favorecendo o cultivo. Agosto é um mês decisivo para confirmar o potencial produtivo da safra americana.
• Completando o cenário negativo para as cotações, o petróleo voltou a cair no mercado internacional e a demanda segue fraca pela soja dos Estados Unidos. Neste momento, os compradores chineses estão optando pelo produto do Brasil, mais competitivo.
CHINA A demanda chinesa vai aumentando para embarques em setembro, mas as margens de esmagamento negativas mantêm as compras ainda em ritmo moderado no mercado chinês de soja. As informações fazem parte de relatório da Platts. A preferência segue sendo por soja brasileira, em detrimento de produto dos Estados Unidos, devido aos preços mais competitivos. Os preços subiram, acompanhando a alta de ontem dos contratos futuros em Chicago. A Platts indica preço da soja na China para setembro a US$ 608,11 por tonelada, com ganho de US$ 1,47 por tonelada.
CÂMBIO Em dia marcado por um quente noticiário interno, o dólar comercial fechou em alta de 0,52%, cotado a R$ 5,1920 para venda. Durante a terça-feira, esse valor chegou a R$ 5,2590. Com o mercado externo em calmaria, o que puxou a moeda norte-americana para cima foram as incertezas nos cenários político e fiscal brasileiros, sendo caracterizado por uma tensão entre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o possível estouro do teto, ocasionado pelo aumento do programa Bolsa Família.
Fonte: CMA Group - Safras & Mercado.