PRINCIPAIS REFERENCIAIS SEGUEM EM DIREÇÕES OPOSTAS E MERCADO DE SOJA TEM DIA ARRASTADO
Na quinta-feira, o mercado interno de soja continuou travado nas diferentes praças de negociação do país. Com os principais referenciais em direções opostas, os preços físicos da oleaginosa ficaram pouco alterados na sessão de hoje. Em Chicago, a commodity encerrou com firme alta. Porém, o câmbio fechou com perdas de quase 2% e neutralizou os ganhos da bolsa. Na região de Sorriso, no norte do Mato Grosso, a escassez de chuvas segue preocupando. Com o início da colheita das lavouras de soja de pivô, o rendimento tem variado de 50 a 85 sacas por hectare.
RS: mercado vazio de ofertas e cotações nominais. Na região portuária do estado, para embarque e pagamento em meados de julho/21, havia possibilidade de negócios até R$ 167 por saca no melhor momento do dia. No interior do estado, indicações nominais entre R$ 165 e R$ 167 por saca CIF para embarque e pagamento dentro de janeiro, porém sem contrapartida de vendas.
PR: dia de pouca movimentação e preços nominais. Para embarque e pagamento em meados de março/21, indicações de compra na faixa de R$ 166 por saca CIF na região portuária, também no melhor momento do dia. Na região oeste, indicações nominais na faixa de R$ 165 por saca no disponível, porém sem lotes significativos comercializados.
CHICAGO (CME/CBOT) Na Chicago Board of Trade (CME/CBOT), os contratos futuros do complexo soja fecharam em alta no grão, no farelo e no óleo na quinta-feira. Nas posições spot, os ganhos foram de 1,80% no grão, de 0,54% no farelo e de 1,38% no óleo. No melhor momento do dia, o contrato março/21 do grão atingiu a máxima de US$ 14,3575 por bushel. Ao final da sessão, trocou de mãos a US$ 14,3050/bushel. Por volta das 14h (Brasília), a soja operava com ganhos de até 22,75 pontos nos principais vencimentos. O vencimento março/21 operava com ganhos de 19,25 pontos, com negócios a US$ 14,2550 por bushel.
• O cenário fundamental, que combina boa demanda nos Estados Unidos e aperto na oferta global, deu sustentação aos preços. A elevação ganhou força após a divulgação das exportações semanais americanas, que superaram a expectativa e colocaram as cotações perto das máximas do dia.
• As exportações líquidas norte-americanas de soja, referentes à temporada 2020/21, com início em 1 de setembro, ficaram em 908.000 toneladas na semana encerrada em 7 de janeiro. Representa uma forte elevação frente à semana anterior e um avanço de 93% sobre a média das últimas quatro semanas. A China liderou as importações, com 758.300 toneladas.
• Para 2021/22, foram mais 326 mil toneladas. Os analistas esperavam exportações entre 300 mil e 1,2 milhão de toneladas, somando-se as duas temporadas.
• O mercado ainda encontrou sustentação nos números de janeiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgados na terça e que confirmaram o corte nas projeções para os estoques americanos e mundiais. Amanhã o mercado conhecerá os dados de esmagamento de dezembro nos Estados Unidos e a expectativa é de um número elevado.
• As importações chinesas de soja somaram 100,33 milhões de toneladas em 2020, com um aumento de 13% na comparação com 2019, quando foram adquiridas 88,51 milhões de toneladas. Os números foram divulgados pela Administração Geral de Alfândegas do país asiático.
• Em dezembro, a China importou 7,524 milhões de toneladas, com queda de 27% sobre dezembro de 2019 - 9,54 milhões - também sobre novembro - 9,59 milhões de toneladas.
CHINA A balança comercial da China registrou superávit de US$ 78,17 bilhões em dezembro, após o saldo positivo de US$ 75,42 bilhões em novembro, segundo dados da Administração Geral das Alfândegas do país. Os analistas esperavam superávit de US$ 72,0 bilhões. As exportações da China subiram 18,1% em dezembro em base anual, após a alta de 21,1% de novembro. Analistas esperavam avanço de 12,9% nas exportações. Por sua vez, as importações chinesas subiram 6,5% em dezembro na comparação com o mesmo mês de 2019, após a alta de 4,5% no mês anterior. A previsão era de alta de 5,1%. Em 2020, as exportações da China subiram 3,6% ante o ano anterior, um máximo histórico, enquanto as importações recuaram 1,1%, na mesma base de comparação. A balança comercial registrou superávit de US$ 535,03 bilhões de janeiro a dezembro.
CÂMBIO O dólar comercial fechou em forte queda de 1,95% no mercado à vista, cotado a R$ 5,2070 para venda, no menor valor do ano e engatando o terceiro recuo seguido, em sessão de enfraquecimento da moeda ante a expectativa de anúncio de um pacote trilionário nos Estados Unidos, além de reagir à declaração do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, de que a taxa de juros seguirá inalterada por lá. Aqui, o mercado precifica a possibilidade de a taxa Selic subir antes do previsto.
Fonte: CMA Group - Safras & Mercado.