SOJA ATINGE MAIOR PATAMAR EM QUASE NOVE ANOS EM CHICAGO, PREÇOS AVANÇAM, MAS COMERCIALIZAÇÃO ENCERRA A SEMANA EM RITMO LENTO NO PAÍS
Na sexta-feira, o mercado interno de soja encerrou a semana pouco movimentado nas diferentes praças de negociação do país. Em mais um pregão de ganhos significativos em Chicago, a commodity se estabeleceu acima da linha de US$ 16,00 por bushel e fechou no maior patamar desde meados de setembro de 2012. Mesmo com a firme queda do câmbio, que chegou a operar nos níveis de R$ 5,20 ao longo do dia, os preços físicos da oleaginosa avançaram, porém sem negócios significativos registrados. Restando apenas algumas áreas no sul, norte e nordeste do país, os trabalhos de colheita da nova safra brasileira de soja avançaram e atingem 96,7% da área total estimada.
RS: pouca movimentação no estado e preços mistos. Na região portuária do estado, para embarque e pagamento em meados de junho/21, indicações nominais entre R$ 181 e R$ 182 por saca CIF, enquanto no spot a indicação fica em R$ 180,50. No interior do estado, comprador indicando entre R$ 175,50 e R$ 176,50 por saca FOB para embarquee pagamento curtos.
PR: cotações firmes no estado e mercado calmo. Para embarque e pagamento em meados de julho/21, indicação de compra até R$ 182 por saca CIF na região portuária. Na região oeste, indicação de compra até R$ 174 por saca para embarque e pagamentodentro do mês de maio.
CHICAGO (CME/CBOT) Na Chicago Board of Trade (CME/CBOT), os contratos futuros do complexo soja fecharam em alta no grão, no farelo e no óleo na sexta-feira. Nas posições spot, ganhos de 0,96% no grão, de 3,46% no farelo e de 0,19% no óleo. No melhor momento do dia, o contrato maio/21 do grão atingiu a máxima de US$ 16,3025 por bushel. Ao final da sessão, trocou de mãos a US$ 16,21 por bushel. Por volta das 14h (Brasília), a soja operava com ganhos de até 16,75 pontos nos principais vencimentos. O vencimento jul/21 operava com ganhos de 12,5 pontos, com negócios a US$ 15,82 por bushel.
• O cenário fundamental colocou o mercado nos melhores níveis desde meados de setembro de 2012, com a posição julho se aproximando da casa de US$ 16.
• O aperto nos estoques globais e a aquecida demanda internamente nos Estados Unidos e também no mercado exportador impulsionaram as cotações. O desempenho se estende aos subprodutos. Além disso, há preocupação com o desenvolvimento inicial das lavouras americanas, com a previsão de clima seco e baixas temperaturas.
• Os agentes também começam a posicionar as carteiras à espera do tão aguardado relatório de maio do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado na quarta, dia 12, às 13hs.
• O Departamento vai divulgar as suas primeiras estimativas de oferta e demanda de soja americana para a temporada 2021/22. O mercado aposta em números de produçãoe estoques acima dos obtidos em 2020/21.
• Analistas consultados pelas agências internacionais apostam em produção de 4,441 bilhões de bushels em 2021/22, superando a safra 2020/21, que está estimada em 4,135 bilhões de bushels. Para os estoques, a previsão é de elevação, passando de 120 milhões previstos em abril para 132 milhões de bushels. O número para a temporada 20/21 pode ser cortado para 118 milhões, segundo avaliação do mercado.
• Em relação ao quadro de oferta e demanda mundial da soja, o mercado aposta em estoques finais 2021/22 de 88,8 milhões de toneladas, superando as 86,9 milhões de toneladas indicadas para 2020/21. Esse último número não deverá ser modificado no próximo levantamento.
• A produção brasileira de soja em 2020/21 deverá ter sua estimativa elevada de 136 milhões para 136,1 milhões de toneladas. A safra argentina pode ter corte, passando de 47,5 milhões para 46,7 milhões de toneladas.
CHINA A balança comercial da China registrou superávit de US$ 42,85 bilhões em abril, após o saldo positivo de US$ 13,8 bilhões em março, segundo dados da Administração Geral das Alfândegas do país. Os analistas esperavam superávit de US$ 28,2 bilhões. As exportações da China subiram 32,3% em abril em base anual, após a alta de 30,6% de março. Analistas esperavam avanço de 21,0% nas exportações. Por sua vez, as importações chinesas subiram 43,1% em abril na comparação com o mesmo mês de 2020, após a alta de 38,1% em março. A previsão era de alta de 40,0%.
CÂMBIO O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 0,94%, cotado a R$ 5,2280 para venda, voltando aos patamares de janeiro deste ano. O recuo de hoje teve como protagonista o dado de emprego nos Estados Unidos que veio muito abaixo do previsto por analistas e, em segundo plano, a valorização de moedas de países emergentes e produtores de commodity. Na semana, a retração do dólar foi de 3,70%.
Fonte: CMA Group - Safras & Mercado.