DÓLAR ACIMA DE R$ 5,30 SUSTENTA COTAÇÕES NO FÍSICO, MAS COMERCIALIZAÇÃO PERMANECE LENTA NO PAÍS
Na sexta-feira, o mercado interno de soja encerrou a semana calmo nas diferentes praças de negociação do país. A valorização da moeda norteamericana frente ao real segue dando sustentação às cotações domésticas. Diante da terceira alta seguida do câmbio, que vem se firmando acima do patamar de R$ 5,30 por dólar, os preços físicos avançaram e negócios moderados foram reportados ao longo do dia no país. Em contraponto, a commodity permanece lateralizada em Chicago, flutuando em torno de US$ 12,90 por bushel na posição novembro/21 e testando o patamar de US$ 13,00 por bushel na posição março/22. Os trabalhos de semeadura da nova safra brasileira de soja já iniciaram e chegam a 0,8% da área total esperada.
RS: houve alta nos preços em um mercado calmo. Na região portuária do estado, para embarque e pagamento em meados de outubro, indicações até R$ 176,50 por saca CIF. No interior do estado, indicações até R$ 172 por saca FOB para embarque e pagamento dentro do mês de setembro.
PR: negócios moderados reportados e preços firmes no estado. Para embarque em fevereiro/22 e pagamento em meados de abril/22, indicações entre R$ 159,50 e R$ 160,50 por saca CIF na região portuária. Na região oeste, indicações de compra até R$ 170,50 por saca para embarque e pagamento em meados de outubro. Os trabalhos de plantio tiveram início no estado e já atingem aproximadamente 4% da área total esperada.
CHICAGO (CME/CBOT) Na Chicago Board of Trade (CME/CBOT), os contratos futuros do complexo soja fecharam mistos no grão, em queda no farelo e em alta no óleo na sextafeira. Nas posições spot, ganhos de 0,05% no grão e de 1,52% no óleo, e perdas de 0,14% no farelo. No melhor momento do dia, o contrato novembro/21 do grão atingiu a máxima de US$ 12,90 por bushel. Ao final da sessão, trocou de mãos a US$ 12,85 por bushel. Por volta das 13h (Brasília), a soja operava com perdas de até 2,75 pontos nos principais vencimentos. O vencimento março/22 operava com perdas de 2,25 pontos, com negócios a US$ 12,9525 por bushel.
• Na semana, a posição novembro subiu 0,08%. Hoje, fundos e especuladores buscaram consolidação, orientados pelo cenário técnico.
• Os preços sofrem pressão sazonal do avanço da colheita nos Estados Unidos. A safra é cheia, o que acrescenta peso sobre as cotações futuras. As perdas, no entanto, são limitadas pela demanda firme pelo produto americano, com os entraves provocados pela passagem do furacão Ida praticamente removidos.
• Para a semana que vem, a expectativa de volta para o relatório de estoques trimestrais dos Estados Unidos em 1 de setembro. Os números serão divulgados na quinta, 30, às 13hs, pelo Departamento de Agricultura norte-americano, o USDA.
CHINA Investidores globais que possuem títulos em dólares do China Evergrande Group ficaram no escuro na quinta-feira sobre se a gigante imobiliária faria um pagamento de juros importantes, um grande teste de capacidade da incorporadora endividada evitar um default. As informações são da agência de notícias "Dow Jones". Evergrande estava prestes a fazer US$ 83,5 milhões em pagamentos de cupons em 23 de setembro de títulos em dólares com um valor de face de US$ 2,03 bilhões. No final do dia em Nova York na quinta-feira, os detentores de títulos não haviam recebido o dinheiro, segundo pessoas a par do assunto.
CÂMBIO O dólar comercial fechou em R$ 5,3340, com alta de 0,60%. A elevação foi influenciada, sobretudo, por fatores internos como a alta do IPCA-15 de 1,14% em setembro ante agosto, além dos temores políticos e fiscais que continuam no radar. De acordo com o sócio da Euroinvest, Cristiano Fernandes, "a política de juros do Banco Central (BC) não tem sido suficiente para conter a inflação". Isso, na visão de Fernandes, pode resultar em um aumento de juros maior do que 1 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Fonte: CMA Group - Safras & Mercado.