NA VÉSPERA DO USDA, SOJA TEM FIRME QUEDA EM CHICAGO E MERCADO TEM DIA TRAVADO
Na quarta-feira, o mercado interno de soja esteve bastante lento nas principais praças de negociação do país. Com firmes perdas em Chicago, um dia antes do relatório de junho do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a commodity chegou a operar nos patamares de US$ 15,50 ao longo do pregão. Acompanhando CBOT, os preços físicos ficaram entre estáveis e mais baixos e o mercado esteve vazio de ofertas. A alta do câmbio impediu uma queda mais consistente das cotações domésticas, porém os agentes permaneceram retraídos e não foram reportados negócios significativos no país. Os preços dos fretes recuaram na semana, sendo as maiores quedas nos fretes com origem no estado do Mato Grosso.
RS: dia de preços nominais em um mercado vazio de ofertas. Na região portuária do estado, para embarque e pagamento em meados de julho/21, indicações de compra entre R$ 172 e R$ 173 por saca CIF, enquanto no spot a indicação fica em R$ 172. No interior do estado, comprador indicando entre R$ 167 e R$ 168 por saca FOB para embarque e pagamento curtos.
PR: cotações nominais e mercado bastante lento. Para embarque e pagamento em meados de julho/21, indicações nominais de compra entre R$ 173 e R$ 174,50 por saca CIF na região portuária. Na região oeste, indicações nominais de compra na faixa de R$ 167,50 por saca para embarque e pagamento em meados de julho deste ano.
CHICAGO (CME/CBOT) Na Chicago Board of Trade (CME/CBOT), os contratos futuros do complexo soja fecharam em queda no grão, no farelo, e no óleo na quarta-feira. Nas posições spot, perdas de 1,10% no grão, de 0,87% no farelo e de 0,67% no óleo. No melhor momento do dia, o contrato julho/21 do grão atingiu a máxima de US$ 15,8675 por bushel. Ao final da sessão, trocou de mãos a US$ 15,6250 por bushel. Por volta das 14h (Brasília), a soja operava com ganhos de até 25 pontos nos principais vencimentos. O vencimento agosto/21 operava com ganhos de 24 pontos, com negócios a US$ 15,1550 por bushel.
• Na véspera do relatório de junho do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a volta das chuvas ao Meio Oeste americano, sugerindo melhora nas condições das lavouras, pressionou o mercado.
• Os agentes buscaram posicionar suas carteiras frente aos dados do USDA. O Departamento deve elevar a sua estimativa para a safra de soja dos Estados Unidos em 2021/22. O relatório de junho será divulgado nesta quinta, 10, às 13hs.
• Analistas consultados pelas agências internacionais apostam em produção de 4,414 bilhões de bushels em 2021/22. Em maio, a previsão ficou em 4,405 bilhões de bushels. No ano passado, a produção foi de 4,135 bilhões.
• Para os estoques, o mercado aposta estimativa de 139 milhões. Em maio, o USDA indicou estoques em 140 milhões de bushels. A previsão para 2020/21 deverá passar de 120 milhões para 122 milhões de bushels.
• Em relação ao quadro de oferta e demanda mundial da soja, o mercado aposta em estoques finais 2021/22 de 91,6 milhões de toneladas, contra 91,1 milhões estimados em maio. Para 2020/21, a previsão deverá passar de 86,6 milhões para 86,7 milhões de toneladas.
• A produção brasileira de soja em 2020/21 deverá ter sua estimativa elevada de 136 milhões para 136,2 milhões de toneladas. A safra argentina pode ter corte, passando de 47 milhões para 46,5 milhões de toneladas.
• Sinais de demanda se deslocando dos Estados Unidos para a América do Sul, realização de lucros em meio a fatores técnicos e o desempenho de outros mercados ajudaram a pressionar as cotações. Além do relatório mensal do USDA, os agentes vão analisar ainda os embarques semanais americanos. O mercado aposta em número entre 100 mil e 400 mil toneladas.
CHINA Os Estados Unidos devem continuar antagonizando a China mesmo durante o novo governo do presidente norte-americano, Joe Biden. A diferença será no tom e nas abordagens competitivas, afirma o professor de relações internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV), Pedro Brites. Segundo ele, ao contrário do antecessor Donald Trump, Biden deve focar na recuperação da liderança do país em negociações multilaterais, ao mesmo tempo em que tenta reconstruir o prestígio dos Estados Unidos diante da Ásia e da União Europeia (UE).
CÂMBIO O dólar comercial fechou em alta de 0,59% no mercado à vista, cotado a R$ 5,0700 para venda, em sessão de forte volatilidade aqui e no exterior com investidores em compasso de espera pelo resultado da inflação nos Estados Unidos, além de ajuste técnico no mercado doméstico. Investidores aguardam também as decisões de política monetária de bancos centrais nos próximos dias.
Fonte: CMA Group - Safras & Mercado.