EM DIA DE USDA, PREÇOS DA SOJA DISPARAM NO MERCADO DOMÉSTICO, MAS VENDEDOR SEGUE CAUTELOSO
Na quarta-feira, o mercado interno de soja apresentou melhor movimentação nas principais praças de negociação do país. Apesar do relatório baixista divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a commodity encerrou com forte alta em Chicago. O câmbio também avançou, encostando nos patamares de R$ 5,50 por dólar. Os prêmios seguem firmes, com o vencimento setembro/20 atingindo os níveis de US$ 1,90/bushel. Com isso, as cotações continuam subindo no mercado físico, porém somente negócios pontuais têm sido reportados. Rumores de negócios na faixa de R$ 125 na região de Dourados, onde pelo menos 7 mil toneladas de soja trocaram de mãos.
RS: dia de preços firmes e negócios pontuais. Na região portuária, para embarque e pagamento em meados de julho/21, indicações na faixa de R$ 114 por saca CIF Rio Grande. Para embarque imediato e pagamento em meados de setembro deste ano, havia possibilidade de negócios até R$ 128 por saca CIF, porém sem contrapartida de venda.
PR: negócios pontuais reportados e preços firmes no estado. Para embarque em março/21 e pagamento em abril/21, indicações na faixa de R$ 111,50 por saca CIF região portuária. Na região oeste do estado, indicações nominais entre R$ 122 e R$ 123 por saca para embarque imediato e pagamento em meados de setembro/outubro deste ano, porém sem contrapartida de venda.
CHICAGO (CME/CBOT) Na Chicago Board of Trade (CME/CBOT), os contratos futuros do complexo soja fecharam em alta no grão e no óleo, e mistos no farelo na quarta-feira. Nas posições spot, os ganhos foram de 1,42% no grão, de 0,07% no farelo e de 3,02% no óleo. No melhor momento do dia, o contrato agosto/20 do grão atingiu a máxima de US$ 8,8725 por bushel. No final da sessão, trocou de mãos a US$ 8,9050 por bushel.
• A sinalização de demanda aquecida pela oleaginosa americana garantiu a recuperação, após o mercado testar o território negativo logo após o USDA indicar produção e estoques americanos acima do esperado. Hoje foram anunciadas vendas de 378 mil toneladas por parte de exportadores privados, sendo 258 mil para China e 120 mil para destinos não revelados.
• Os contratos iniciaram o dia perto da estabilidade, esperando o USDA. Após os números caíram, mas logo reagiram. Os possíveis prejuízos às lavouras de Illinois e Iowa em decorrência das fortes chuvas do início da semana ajudaram a sustentar as cotações.
• O relatório indicou que a safra norte americana de soja deverá ficar em 4,425 bilhões de bushels em 2020/21, o equivalente a 120,43 milhões de toneladas, acima da estimativa anterior de 4,135 bilhões ou 112,54 milhões. O mercado apostava em safra de 4,278 bilhões ou 116,43 milhões de toneladas.
• Os estoques finais estão estimados em 610 milhões de bushels ou 16,6 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 527 milhões ou 14,34 milhões de toneladas. No relatório anterior, os estoques estavam projetados em 425 milhões de bushels - 11,57 milhões de toneladas.
• O USDA indicou esmagamento em 2,180 bilhões de bushels e exportação de 2,125 bilhões. Em julho, as projeções eram de 2,160 bilhões e 2,05 bilhões, respectivamente.
• O USDA projetou safra mundial de soja em 2020/21 de 370,4 milhões de toneladas. Em julho, o número era de 362,52 milhões de toneladas.
• Os estoques finais estão estimados em 95,36 milhões de toneladas. O mercado esperava por estoques finais de 98,2 milhões de toneladas. Em julho, a previsão era de 95,08 milhões de toneladas.
• A projeção do USDA aposta em safra americana de 120,4 milhões de toneladas. Para o Brasil, a previsão é de uma produção de 131 milhões de toneladas. A Argentina deverá produzir 53,5 milhões de toneladas. A estimativa para as importações chinesas em 2020/21 é de 99 milhões de toneladas, contra 96 milhões no ano anterior.
• Para 2019/20, o USDA indicou safra de 337,28 milhões de toneladas. Os estoques finais estão projetados em 95,85 milhões de toneladas, enquanto o mercado apostava em 98,6 milhões. A safra brasileira teve sua estimativa mantida em 126 milhões de toneladas. O mercado previa número de 125,4 milhões.
• A safra argentina foi reduzida de 50 milhões para 49,7 milhões de toneladas, enquanto o mercado trabalhava com 49,9 milhões. As importações chinesas foram elevadas de 96 milhões para 98 milhões de toneladas.
CÂMBIO O Banco Central (BC) conseguiu fazer o dólar comercial perder força de alta frente ao real realizando dois leilões de swap ao longo da sessão, trazendo a divida da máxima de R$ 5,4930 (+1,42%), para o fechamento a R$ 5,4480 para venda, com alta de 0,59%. O principal motivo para esse avanço da moeda é a debandada na equipe econômica de Paulo Guedes, ministro da Economia.
Fonte: CMA Group - Safras & Mercado.